A PROFESSORA ALFABETIZADORA

N0 02 - Dezembro/2012

 
REFLEXÕES INICIAIS 


Alfabetização na idade certa.
Todas as crianças alfabetizadas.
Para tanto, se faz necessário garantir práticas pedagógicas que promovam a aprendizagem de todas as crianças.
Essas são algumas metas do PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Política de Alfabetização lançada no dia 08 de novembro de 2012.
Pensando em tais questões nesse mês de dezembro, nossas reflexões serão sobre as Professoras Alfabetizadoras, indicadas pelas críticas como as principais responsáveis pela não aprendizagem das crianças.
No bojo das diversas críticas, as Professoras Alfabetizadoras são convocadas a assumir a sua função de ensinar. Concordamos que é chegada a hora de rever os motivos pelas quais as crianças não estão aprendendo a ler e a escrever. Mas salientamos a necessidade de também rever os motivos pelas quais as Professoras Alfabetizadoras permanecem invisibilizadas no contexto das Políticas de Alfabetização que são implementadas ao longo da história.
Destacamos Professora Alfabetizadora, tendo em vista que as Professoras Mulheres constituem maioria e têm assumido essa função ao longo da história da Educação brasileira. Porém, as observações que aqui faremos se destinam também aos Professores que estão assumindo o papel de Alfabetizador.

Sendo assim, nosso propósito é refletir sobre a importância do trabalho desenvolvido pelas e pelos profissionais que atuam na Alfabetização. 

Ao rememorarmos a perspectiva tradicional, onde o ensino é o centro do processo educativo, podemos destacar que cabia à Professora Alfabetizadora garantir a manutenção do status quo, e por isso se revelava executora das proposições pré-estabelecidas. Naquela época, ao se destacar o ensino, mesmo que executado pela professora, ainda assim, ela, a professora não se fazia visível, pois era o ensino o centro do processo.

Com a escola nova, desloca-se a criança para o centro do processo educativo, não uma criança produtora de conhecimento, de história e de cultura, mas sim uma criança que se basta no processo de aprender, cabendo à Professora Alfabetizadora facilitar o processo de aprendizagem, e como se isso não bastasse, deveria também promover o lema aprender a aprender. Nesse sentido, a Professora Alfabetizadora já invisibilizada se distancia ainda mais da possibilidade de ter vez e voz.

Com o advento da pedagogia tecnicista, onde as técnicas constituem o centro do processo de ensino aprendizagem, a Professora Alfabetizadora atua como executoras dos projetos pensados e pré-estabelecidos pelos técnicos da educação. Nesse período as cartilhas constituíam meta do trabalho a ser realizado no processo de alfabetização. Cabia à Professora Alfabetizadora seguir o passo a passo das cartilhas.

E assim, num processo contínuo de invisibilidade se instaura na década de 1980 e 1990, a abordagem construtivista-cognitivista, que ancorados em princípios de que é na ação da criança sobre o objeto de conhecimento que se constrói hipóteses a respeito dos conceitos, a professora reassume, conforme na escola nova o papel de facilitadoras do processo educativo, pois nesse período, entendia-se que cabia a professora criar um ambiente alfabetizador e acompanhar o processo de construção da leitura e da escrita pela criança. Acreditavam que quando se ensina a criança tira-se dela o direito de aprender.
Como podemos observar nesses diferentes tempos e espaços da história da Alfabetização, a Professora Alfabetizadora não é incluída nas Políticas de Alfabetização. Ora o ensino é o foco em detrimento da professora, mesmo que seja ela a responsável pelo ensino. Ora é a ação da criança. Ora são as técnicas pedagógicas e os recursos didáticos e pedagógicos.
Hoje com a perspectiva sócio histórica em voga, se destaca a importância da Professora Alfabetizadora como sujeito de direito, com direito a vez e voz. Sujeito que produz história, conhecimento e que, se constitui no bojo das Políticas de Alfabetização.
Nesse sentido, nos perguntamos:

- As Políticas de Alfabetização que vêm sendo implantadas no contexto atual, tem considerado a importância da Professora Alfabetizadora?
- As Professoras Alfabetizadoras têm sido vistas como sujeitos de direitos?
- Qual perspectiva teórica, política e ideológica está subjacente nas Políticas de Alfabetização?
- Quais orientações são realizada para e com as Professoras Alfabetizadoras?
- O que significa Alfabetização na idade certa?
- O que deve ser feito para que de fato se garanta práticas pedagógicas que promovam a aprendizagem de todas as crianças?
- Quem é a Professora Alfabetizadora?
- O que tem sido feito para dar visibilidade à Professora Alfabetizadora?

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