PROFESSORA ALFABETIZADORA: Figura central e determinante no processo de alfabetização

Conforme dito anteriormente, as nossas reflexões no mês de dezembro serão sobre a Professora Alfabetizadora. Destacamos professoras, tendo em vista que nessa etapa da Educação Básica, são as mulheres que se fazem presentes.

QUESTÕES PARA PENSAR

Ao destacar sobre a necessidade de investir na formação continuada da Professora Alfabetizadora, o PNAIC evidencia que a mesma [...] é uma figura central e determinante no processo de alfabetização.
            No entanto, podemos observar que

[...] no Brasil, há registros de professores alfabetizadores com formação pouco consistente ou até mesmo incompleta, com vínculos de trabalho precários e com raras oportunidades de participar de cursos de formação continuada. 

            Esse é o retrato das Políticas de Alfabetização que vêm sendo implantadas ao longo da história.
            Se as Professoras Alfabetizadoras fossem de fato consideradas uma figura central e determinante no processo de alfabetização, não teríamos registros de professoras com formação pouco consistente. As que têm formação incompleta não seriam contratadas.
            As questões destacadas acima justificam os chamados trabalhos precários, que no nosso entender demonstram Políticas de Alfabetização igualmente precárias.
            Continuando as nossas questões para pensar destacamos 
 
[...] não são raros os casos em que o professor designado para as turmas de alfabetização é o professor com menos experiência. Há também casos em que os professores que podem escolher a turma em que estarão lotados preferem não permanecer nas turmas de alfabetização. 
 
            Em primeiro lugar, chamamos atenção para pensarmos sobre os motivos pelas quais as Professoras com menos experiência em Alfabetização são designadas para assumirem o lugar de Alfabetizadoras.
            Corajosas! Pois considerando a complexidade do processo de ensino aprendizagem da leitura e da produção de textos, só pessoas muito corajosas e ousadas para assumirem tamanha responsabilidade.
Em segundo lugar, só pessoas muito responsáveis que ao perceberem o olhar que se tem sobre o seu trabalho, preferem não permanecer nas turmas de Alfabetização.
            Mais adiante, ao justificar que 
 
[...] por isso, é fundamental assegurar uma formação inicial e continuada que valorize a trajetória profissional, mas que torne esta etapa de ensino mais atrativa para os professores, assegurando as condições necessárias para que eles [profissionais da alfabetização] desempenhem seu trabalho com competência e entusiasmo, 
 
reafirmam o olhar das Políticas de Alfabetização implantadas para as Professoras Alfabetizadoras.
De fato é fundamental assegurar uma formação inicial e continuada que valorize a trajetória profissional, isso é o mínimo que se pode fazer.
Uma política de formação inicial e continuada que promova estudos, reflexões, atualização e aprofundamento é de extrema importância no processo de busca pela qualidade da alfabetização das crianças.
Nesse sentido destacamos a urgente necessidade de se repensar os cursos que formam as Professoras Alfabetizadoras.
Quais são os cursos que formam as Professoras Alfabetizadoras?
Eles existem?
Se existem o que estão ensinando?
Se as Professoras não estão ensinando o que deveriam ensinar deve ser porque não estão aprendendo o que precisam saber para ensinar.
E ainda, concordamos que é de extrema importância que esta etapa de ensino seja mais atrativa para as Professoras Alfabetizadoras.
Mas o que significa ser mais atrativa?
O que significa assegurar as condições necessárias para que desempenhem seu trabalho com competência e entusiasmo?
Só uma pessoa muito competente assume tamanha responsabilidade. E ainda, só uma pessoa muito entusiasmada se insere numa trajetória de Professora Alfabetizadora, considerando as condições de trabalho que vivencia no cotidiano das suas práticas pedagógicas.
O que as Professoras Alfabetizadoras precisam de fato, é que lhes sejam asseguradas condições necessárias para que possam alfabetizar com dignidade. As Professoras Alfabetizadoras precisam ser reconhecidas enquanto tal.
Quando forem reconhecidas como Sujeitos de Direitos, com vez e voz, com condições dignas de trabalho e de sobrevivência a formação inicial e continuada que constitui premissa básica das Políticas de Alfabetização, será garantida por outros motivos.
A formação continuada será garantida pela importância e necessidade de aprofundamento, atualização, reflexão, (re)significação, debate e mudanças na metodologia de traabalho. Não porque a sua formação é pouco consistente e incompleta. Nem porque seus vínculos de trabalho são precários e muito menos por causa das raras oportunidades de participar de cursos de formação continuada.
Mudemos o nosso olhar sobre as Professoras Alfabetizadoras. Acolhemos a sua autoria, coragem, ousadia, e acima de tudo o seu direito de alfabetizar com dignidade.
           Mas que o significa dignidade nesse tempo e espaço em que vivemos?
           
 

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