Projeto de lei quer salário de R$ 2.743 para professores; municípios reagem
A Comissão de Educação,
Cultura e Esporte do Senado aprovou no último dia 20 de outubro um
projeto de lei que pretende aumentar o piso nacional dos professores
para R$ 2.743,65 a partir de 1º de janeiro de 2016. Em resposta, a
Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) divulgou uma nota em que manifesta a sua "preocupação" com as mudanças propostas pelo projeto.
O texto, que altera pontos da Lei nº
11.738, de 2008, é de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM).
Depois de aprovado na Comissão de Educação, ele foi encaminhado para a
CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), onde aguarda a designação do
relator. Após discussão na CAE, ele segue para a Câmara dos Deputados.
De acordo com a justificativa do
projeto, o valor de R$ 2,743,65 corresponde a 90% do piso do Distrito
Federal (DF), onde a remuneração mínima para 40 horas semanais de
trabalho docente é de R$ 3.048,50, o maior do país.
Atualmente, o reajuste anual do piso é
calculado a partir da variação do valor mínimo por aluno definido todo
ano pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Em janeiro de
2015, por exemplo, o MEC anunciou o piso de R$ 1.917,78 --aumento de
13,01% em relação ao ano de 2014.
Segundo a proposta, a diferença de R$
825,87 entre o piso atual e o proposto seria pago ao longo de três anos,
entre janeiro de 2016 e de 2018.
"Essa lei tem como princípio a ideia de
que, para garantir a isonomia e a equanimidade do ensino ministrado em
todo o país, é preciso estabelecer um padrão mínimo de vencimento, a fim
de que as disparidades de remuneração de profissionais do magistério em
exercício não se tornem abissais e que todos os professores, estejam
onde estiverem, tenham garantidas as condições mínimas de subsistência",
diz um trecho da justificativa do projeto.
Não gostaram
A ideia, porém, desagradou os
municípios. A Undime diz que, sem ampliação da receita, o reajuste aos
professores proposto pelo projeto de lei compromete o equilíbrio
financeiro dos municípios e o cumprimento da Lei de Responsabilidade
Fiscal. "Como os entes federados poderão comprovar a compatibilidade da
despesa frente à evolução orçamentário-financeira?", questiona.
O projeto prevê que a União, durante os
cinco primeiros anos, complemente a diferença entre o piso do magistério
local e o nacional. O texto também institui que 5% da arrecadação bruta
das loterias administradas pela Caixa Econômica Federal devem ser
destinados à União para o repasse para Estados e municípios.
"Se a proposta não estiver fundamentada a
partir de novas abordagens frente aos problemas apresentados e se não
puder ser revestida de adequada legalidade na rotina da gestão das redes
municipais e estaduais, infelizmente ela não irá produzir efeitos
práticos e desejados", o que, segundo a Undime, vai provocar um
"sentimento de frustração nos profissionais do magistério e de
impotência nos gestores municipais e estaduais na implementação das
políticas públicas educacionais".
Autor: UOL
http://zip.net/bnskDzApude: Undime
http://undime.org.br/noticia
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