Metade dos pais não confia na segurança sanitária de escolas públicas
Pesquisa é da Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures
Os dados são
da quinta edição da pesquisa Datafolha “Educação não presencial na perspectiva
dos estudantes e suas famílias”, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social
e Imaginable Futures, realizada com 1.015 pais ou responsáveis de alunos das
redes públicas municipais e estaduais do país, com idade entre 6 e 18 anos, no
período de 16 de novembro a 2 de dezembro de 2020.
Desde o ano
passado, escolas de Norte a Sul do país foram fechadas e as aulas, suspensas em
virtude da pandemia de covid-19.
Atrasos no aprendizado
Sete em cada
dez entrevistados (69%) acreditam que, se as escolas continuarem fechadas, as
crianças dos anos iniciais do ensino fundamental terão um atraso em seu
processo de alfabetização e prejuízo no aprendizado. Sobre as crianças da
pré-escola, 65% acreditam que elas terão o seu desenvolvimento
comprometido.
Em relação
aos adolescentes, para 58% dos pais, a percepção é a de que tenham problemas
emocionais por causa do isolamento. O mesmo percentual de pais (58%) acredita
que os alunos do ensino médio correm o risco de desistir dos estudos.
Segundo a
pesquisa, para os estudantes mais pobres, os prejuízos decorrentes da falta de
aula presencial podem ser maiores do que a média, já que o acesso ao ensino
remoto é desigual no Brasil. Para 80% dos pais e responsáveis, é muito provável
que eles fiquem para trás por terem mais dificuldades de estudar em casa.
Além disso,
47% dos entrevistados dizem ter sofrido com a diminuição da renda familiar
durante a pandemia.
Apoio das escolas
Para 79% dos entrevistados, as
escolas deram apoio durante o período sem aulas presenciais, principalmente nos
anos iniciais do ensino fundamental (87%). De acordo com o levantamento, o
suporte consistiu principalmente em professores disponíveis para tirar dúvidas
dos responsáveis, orientações gerais sobre como apoiar os estudantes para
fazerem as atividades e sugestões para motivá-los a participar.
Na percepção
dos pais, foram desenvolvidas habilidades como usar a tecnologia para estudar e
aprender, não desistir diante das dificuldades e pesquisar e ampliar o
conhecimento sozinho. No entanto, houve dificuldades dos estudantes para
organizar as rotinas de estudo com autonomia, além de capacidade de adaptação e
flexibilidade. O índice dos que percebem dificuldade em manter uma rotina das
atividades em casa alcançou 69%. Nos anos iniciais do ensino fundamental, chega
a 72%.
As entidades
responsáveis pela pesquisa observaram um processo crescente de desmotivação
entre os alunos desde maio de 2020, quando ocorreu a primeira edição da
série de cinco pesquisas realizadas até agora. Em maio, 46% dos
estudantes se diziam desmotivados. Em novembro, o percentual subiu para
55%.
Fonte: Agência Brasil
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