QUESTÃO DE GÊNERO: INCLUSÃO DAS MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA
Por que as mulheres têm menor presença política que os homens?
Fonte da foto: Articulação de Mulheres Brasileiras |
Essa tem sido a luta das mulheres.
Reconhecimento e garantia dos seus direitos.
Já é hora de mudar essa situação!
Não basta participar, queremos mudar o sistema político!
A reforma política está em debate no Congresso Nacional. Do ponto de vista
da luta dos movimentos sociais a proposta é para ampliar a democracia
garantindo a participação direta nas decisões sobre grandes temas
nacionais. Do ponto de vista dos parlamentares da direita que querem se manter
no poder, o debate é outro. Eles querem tornar constitucional o
financiamento privado das campanhas eleitorais e o voto distrital, que é o
velho ‘voto de cabresto’, com cada eleitor só podendo votar nos candidatos que
se apresentam para representar seu território, reduzindo as chances de
propostas políticas que atingem amplos segmentos sociais, ou seja, que
representam lutas sociais que independem da política local.
Os movimentos sociais são contra o voto distrital e querem a realização de
eleições com partidos políticos sendo obrigados a apresentar um programa
de governo e uma lista fechada de candidatos, organizada de forma
democrática em seus encontros internos e com alternância se sexo. Este é um
caminho para por fim a sub-representação das mulheres que hoje equivale a
menos de 10% do Congresso Nacional e para fortalecer a qualidade do debate
nas eleições e os próprios partidos. Querem também que o financiamento das
campanhas eleitorais seja público e não privado. A medida ajudaria a reduzir os
gastos com campanhas eleitorais e também inibiria a corrupção. Isto
porque as empresas querem lucros, ou seja, se elas financiam a campanha de
um candidato é para depois da eleição ter retorno financeiro deste
investimento.
Por quê as mulheres têm menor presença política que os homens? Existem três
fatores que, associados, interditam a participação política das mulheres:
a legislação que rege o sistema político, a cultura política brasileira e
as condições de vida da maioria das mulheres. Estas são causas da baixa
participação política das mulheres e de sua sub-representação no poder
legislativo. Os três fatores articulam elementos da ordem econômica,
política e cultural, e estão fortemente determinados pelas estruturas de
dominação e exploração do sistema patriarcal, racista e capitalista. E
eles, ao mesmo tempo que interditam a participação das mulheres e das
pessoas negras, favorecem a participação dos homens brancos e
proprietários, supostamente heterossexuais, grupo social privilegiado
politicamente com essa situação.
Nós, mulheres, sempre estivemos presentes na vida pública, mas isso nunca
ganhou força suficiente enquanto representação política em igualdade com
os homens. Estivemos presentes na vida pública no período colonial e no
Império, como escravas de ganho, quituteiras, prostitutas, lideranças
religiosas e de quilombos, artistas, mães e de muitas outras formas. Com o
processo mais recente de urbanização, muitas trabalhadoras saíram
exclusivamente da lida em casa e da produção agrícola ou doméstica e
assumiram outras profissões mais ligadas à industrialização e ao
crescimento das cidades: operárias, costureiras, ambulantes, professoras
etc. Isso lhes permitia um passe mais livre no espaço público, mas não lhes
conferia o estatuto de maioridade que lhes sancionasse a participação
política. Apesar disso, muitas se lançaram na vida pública, seja no movimento
sindical ou popular, na organização de centros religiosos ou na
participação em partidos políticos. A presença das mulheres nos movimentos
sociais não significou, entretanto, que tenhamos conquistado espaços
centrais de poder. Já é hora de mudar esta situação.
Autoria: Carmen Silva.
Fonte: Articulação de Mulheres Brasileiras
http://articulacaodemulheres.org.br
Autoria: Carmen Silva.
Fonte: Articulação de Mulheres Brasileiras
http://articulacaodemulheres.org.br
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