ALFABETIZAÇÃO: DESAFIO URGENTE

sábado, março 05, 2022

Sabemos que o processo de alfabetização requer interação com práticas reais de leitura e de produção de textos, de modo que as crianças possam trocar ideias, expor opiniões, relatar sonhos, tanto no plano oral como escrito.

Essa interação pressupõe um trabalho didático pedagógico bem organizado, com mediações significativas, para que as crianças possam se apropriar dos conhecimentos básicos da alfabetização.

Sim! Não basta oferecer um ambiente alfabetizador. É preciso ensinar os conhecimentos que são fundamentais num passo a passo, com foco nas suas reais necessidades de aprendizagem (zona de desenvolvimento proximal), conforme desta Vigotsky em seus estudos.

A zona de desenvolvimento proximal (ZDP), tem como base o que as crianças já sabem resolver sozinhas, isto é, o seu nível de aprendizagem e desenvolvimento real (NADR), e, o que elas ainda não resolvem sozinhas, mas conseguem com a mediação da professora (do professor), na qual denominamos de nível de aprendizagem e desenvolvimento potencial (NADP).

Essas questões, dentre outras, que são importantes no processo de alfabetização se perderam no decorrer da pandemia.

No ensino remoto, muitas práticas de alfabetização retomaram metodologias já abolidas, na intenção de favorecer o aprendizado das crianças.

A memorização mecânica, com atividades repetitivas sem sentido para a crianças, foi muito utilizada, principalmente porque as famílias não conseguiam dar conta da metodologia dialógica acima destacada.

Agora, com a retomada das aulas presenciais, eis o desafio. Inserir as crianças em práticas reais de leitura e de produção de textos, de modo que os objetivos, os motivos e os interlocutores sejam reais é fundamental e urgente.

Não é prudente permanecer com um arsenal de atividades que desconsideram o potencial criativo das crianças.

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Por Ana Maria Louzada
Mestre em Educação/UFES, Orientadora Educacional, Especialista em Alfabetização, Consultora Educacional, Escritora, Palestrante.