ATIVIDADES SIGNIFICATIVAS: Possibilidades de experiências concretas e reais

@amlouzada1

Ana Maria Louzada[1]

Partindo da premissa de que uma sequência didática é parte de um projeto de estudo, e tendo em vista que o projeto de estudo é uma forma de organização do trabalho didático-pedagógico, ao se detalhar o referido projeto, visando responder as questões de estudos, bem como, visando a produção, a apropriação e a objetivação dos diversos e diferentes conhecimentos, necessário se faz, vivenciar atividades, que sejam significativas.[2]

Quando destacamos atividades significativas, nos remetemos à atividade tipicamente humana, reveladas nas/pelas práticas sociais e culturais.

O conceito de atividade neste contexto se ancora na ideia de experiência humana, “experiências reais das crianças”, que precisam ser consideradas nesse contexto social, cultural, histórico, econômico, político e ideológico em que vivemos.

Experiências que precisam se inserir como práticas reais no lócus da escola, e, assim, serem objetivadas enquanto atividades político-pedagógicas num processo de interlocução com as atividades cotidianas.

Assim, atividade não é a mesma coisa que comumente vem sendo realizada no lócus da escola, como por exemplo, atividade de matemática: continhas de somar.

Chamamos a continha de somar de exercício de matemática, uma vez que a mesma constitui um exercitar da técnica de fazer continha. A técnica de aprender o passo a passo de fazer continha, por meio do comando arme e efetue.

Uma atividade interessante para praticar o exercício da continha de somar, pode ser o bazar de brinquedos em desuso (bazar realizado com a finalidade de angariar recursos para a pesquisa de campo, por exemplo).

Assim, ao tratarmos de atividade estamos nos remetendo à ideia de prática social e cultural. Uma atividade é uma possibilidade de viver experiências diversas que promovam a compreensão dos conhecimentos estudados e, para tanto exige produção, apropriação e objetivação de conhecimentos.

Uma atividade exige interação entre o “eu e o outro”, exige interlocução, pressupõe experiência concreta e compartilhada. Uma atividade pressupõe necessidade real, objetivo real e motivo real. Enfim, pressupõe interlocutor real.

Considerada desta forma, ao ensinar a técnica de arme e efetue, num contexto de necessidade real, o exercício se revela uma situação de ensino aprendizagem, tendo em vista que para aprender como se resolve as quatro operações, necessário se faz criar uma situação de desafio, bem como contextualizar os motivos pelas quais as crianças deverão aprender o passo a passo de como se faz uma “continha”.

Isso significa que ao aprender como sistematizar a referida operação de adição, é importante que essa situação de ensino aprendizagem, esteja relacionada com uma atividade real, como por exemplo, a necessidade de fechar o caixa do bazar.

O motivo de aprender a fazer a referida operação é real, e, por isso constitui um objetivo real e uma necessidade também real (reais necessidades), que por sua vez, promove a objetivação dos conhecimentos de forma consciente, com vistas a utilizá-los no cotidiano das suas práticas sociais e culturais.

Num projeto de estudo, quando a criança é instigada a pensar sobre “como farão para aprender” um determinado tema (conhecimento), destacamos diversas possibilidades de atividades a serem realizadas. Atividades na dimensão das experiências a serem vividas no decorrer da implementação do referido projeto.

Por isso, destacamos, por exemplo, a pesquisa de campo como uma atividade significativa; sugerimos o bazar, dentre outras como, a entrevista, a experiência científica, o festival de música, o recital de poesia, a caminhada/passeata, a produção de outdoor, o festival de pipas, a organização de uma peça de teatro, a mostra científica, o intercâmbio sociocultural, etc.

Para a realização dessas atividades, é fundamental realizar diferentes e diversas situações de ensino aprendizagem, que ajudam as crianças a se inserirem no processo de produção, apropriação e objetivação de conhecimentos.

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[1] Mestre em Educação/UFES, Orientadora Educacional, Consultora Educacional, Escritora, Palestrante
[2] Artigo publicado no Blog Cantinho de Estudo em novembro/2012

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