Após críticas, currículo deve mudar
Primeira versão da base foi
divulgada no mês passado; especialistas criticaram alguns pontos, em que
o texto seria muito genérico
Após crítica do ex-ministro Renato
Janine Ribeiro, o ministro Aloizio Mercadante afirmou que ainda haverá
mudanças no documento da Base Nacional Comum, o currículo que vai prever
o que os alunos brasileiros devem aprender. A primeira versão da base
foi divulgada no mês passado e especialistas que acompanham o tema
criticaram alguns pontos, em que o texto seria muito genérico.
Foi apontado que o bloco de Português
quase não previa gramática. Nesta quinta, Janine revelou que barrou a
parte de História, que omitia, por exemplo, a Inconfidência Mineira.
Para Mercadante, concluir a base é uma
das maiores prioridades de sua gestão. "Já temos trabalho prévio
elaborado, mas há ainda problemas e há muita discussão. Vi essa crítica
(sobre o bloco de Português) e achei muito oportuna. Por isso o debate
precisa ser público, para engajar os pesquisadores e construir um grande
entendimento em torno disso. Temos de avançar bem mais na definição de
algumas áreas. História também precisa aprimorar, porque tem muita
África e história indígena e pouco da história ocidental. Teremos de
reconstruir", disse.
A consultora em Educação Ilona
Becskeházy diz não acreditar em grandes mudanças no documento. "Não
acredito que ele tenha disposição. O Cid Gomes (ex-ministro) nomeou uma
pessoa com capacidade política, técnica e ideológica para fazer o
currículo, que foi o secretário de Educação Básica Manuel Palacios.
Mercadante deve manter o secretário para a continuidade do processo, que
é extremamente complexo", diz Ilona, para quem o troca-troca na pasta
tem objetivos meramente políticos, e dificulta a consolidação de
políticas de Educação.
Para Daniel Cara, coordenador da
Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o novo ministro terá um
grande "desafio político": passar de defensor do ajuste fiscal do
governo, como chefe da Casa Civil, a um ministro que luta por verbas
para seu ministério: "Ele vai ter de encontrar maneiras de convencer que
na Pátria Educadora temos de equilibrar a economia, mas não em
detrimento da Educação. É um desafio político", afirma Cara.
O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime),
Aléssio Costa Lima, está mais otimista. "Ele volta à pasta e já conhece
a rotina do ministério." Mesmo assim, Lima espera maior urgência do
ministério para recursos de programas, como o Programa Dinheiro Direto
na Escola (PDDE), interrompido pela primeira vez desde sua criação, em
1995. Escolas não receberam o dinheiro na sua totalidade neste ano.
Cortes também atingiram as universidades federais e programas de bolsas
de pesquisadores.
Na visão da socióloga Maria Helena
Guimarães, ex-secretária de Educação de São Paulo, o ministro terá de
assumir novas prioridades em relação ao primeiro mandato. "Espero que
Mercadante leve a sério os desafios da educação básica, o que não foi
prioridade no primeiro mandato."
Autor: Estadão - http://educacao.estadao.com.br/noticias
Apude UNDIME - http://undime.org.br/noticia/
PARA REFLETIR!
- Precisamos nos engajar na análise do documento "Base Nacional Comum" com urgência.
- A base, que no nosso entender são as/os profissionais que atuam na Educação Básica, não pode ficar omissa ao movimento que está acontecendo.
- Precisamos analisar o que estão propondo em relação aos conhecimentos de histórias, por exemplo.
- "Tem muita África e história indígena e pouco da história ocidental". Quais os motivos da crítica em relação aos conhecimentos de história? Não devemos aprofundar sobre a história da África e dos Índios?
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